Eu sou Edmiel Leandro e eu ainda vou ler as crônicas de Nárnia.

Embora eu tenha assistido todos os filmes, repetidas vezes, eu ainda não li o livro. Mas está na minha lista assim como O Senhor dos Anéis e quem sabe Harry Potter. Todos ótimos livros com certeza. As crônicas de Nárnia é uma série de sete livros de fantasia, escrita pelo autor britânico C. S. Lewis. É a obra mais conhecida de Lewis, sendo a série considerada um clássico da literatura infantil, tendo vendido mais de 120 milhões de cópias mundialmente, figurando como uma das obras literárias mais bem sucedidas e conhecidas de todos os tempos, traduzida em 41 idiomas.

Lewis voltou à fé cristã — após passar por anos, auto considerando-se um ateu convicto — no início da década de 1930. Dedicou-se a defendê-la e permaneceu na Igreja Anglicana. Tornou-se popular durante a II Guerra Mundial, por suas palestras transmitidas pela rádio e por seus escritos, sendo chamado de “apóstolo dos céticos”, especialmente nos Estados Unidos.

Não me lembro exatamente quando assisti pela primeira vez, mas  me lembro do que minha mãe disse enquanto assistia o primeiro filme (O leão , a Feiticeira e o Guarda-roupa). “Esse filme é demoníaco” e eu discordei de imediato. Conseguia ver ali uma analogia clara com a história da Bíblia e do cristianismo, embora todos os seres e criaturas mitológicas. Conseguia ver o leão como uma figura exata do Cristo e seu sacrífico pelo pecador. E não é que eu estava certo.

Lewis era cristão, assim como, por incrível que pareça, Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis. Ambos eram amigos e dividiam suas experiências e opiniões. Mas certamente, embora alguns fãs descordem, as obras de Lewis não são uma forma de evangélização, mas segundo um relato do próprio Lewis, a sua intenção inicial não era usar temas cristãos; estes somente teriam sido naturalmente incorporados durante o processo de criação. Assim como toda obra possuem traços e fragmentos de sua história.
Lewis agregou, diversas vezes, acontecimentos de sua vida nas histórias da série. Nascido em Belfast, Irlanda, Lewis mudou-se para um local na orla da cidade, quando ainda possuía sete anos. A nova casa continha longos corredores e muitas salas vazias, onde Lewis e seu irmão imaginavam viajar entre mundos ao mesmo tempo em que exploravam a casa. Do mesmo modo como Caspian X e Rilian, Lewis perdeu precocemente sua mãe. Durante sua juventude na Inglaterra, Lewis tinha que embarcar em trens para chegar à escola, o que possui coerência e coesão com a trajetória dos irmãos Pevensie. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitas crianças eram evacuadas de Londres para outros locais por causa dos Ataques Aéreos. Nesse período, algumas crianças ficaram abrigadas na casa de Lewis, inclusive uma garota chamada Lucy, fazendo-nos lembrar a hospedagem de Lúcia e seus irmãos na casa do Professor Kirke.

Voltando a analogia do primeiro filme. Os quatro irmãos Penvensie (Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia) são levados para a casa gigante do professor Kirke, buscando refúgio da guerra. Durante umas das brincadeiras, Lúcia acaba descobrindo uma passagem secreta para um Reino Mágico conhecido como Nárnia. Lúcia leva seus irmãos ao mundo mágico e lá eles acabam se separando. Edmundo se encontra com a Feiticeira Branca, que é a regente e mergulhou Nárnia num longo e duro inverno, e pede pra que ele leve seus irmão a sua presença. Por sua vez Pedro e os outros acabam descobrindo que são partes de uma profecia e que devem se juntar ao exército de Aslam para derrotar a Feiticeira. Edmundo trai seus irmãos revelando a feiticeira sua localização. E de acordo com as leis de Nárnia, um traidor é punido com a própria morte. No entando, Aslam se oferece em sacrifício para poupar a vida do traidor. Abatido, Aslam é renascido por ter sido sacrificado inocente e assim volta para destruir a feiticeira e seu exercito.

Camparando com a história da bíblia, podemos considerar Edmundo como a raça humana, a Feiticeira como o Diabo e Aslam como cristo. Onde temos o culpado, o acusador e o Justo que se oferece por compaixão afim de perdoar o culpado. Pelo que eu li a respeito existem mais apologias em toda saga e é claro que irei confirmar eu mesmo lendo-as. Pode ser feita uma comparação no papel das crianças com o dos discípulos de Jesus colocando Edmundo como Judas Iscariotes (o traidor), e o rei Pedro como o próprio Apóstolo Pedro. As duas meninas também são as primeiras a ver Aslam ressuscitar assim como na narrativa bíblica.

Enfim, como diria Syrio Forel “Olhe com os olhos“. Nem tudo que se vê é o que se entende, as vezes é preciso ver as coisas de uma forma diferente.

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